Tiroteio na Maré deixa chefe do tráfico morto; Linha Amarela é fechada — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Polícia Neutraliza Chefão do Crime na Maré
Uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, realizada na madrugada de 13 de maio, resultou na morte de Thiago da Silva Folly, conhecido como TH, principal líder do tráfico de drogas no Complexo da Maré. O criminoso, protegido por mais de 30 seguranças, acumulava 17 mandados de prisão e 227 anotações criminais. A ação, planejada por meses, ocorreu no Morro do Timbau e terminou em um confronto violento, deixando TH e dois de seus aliados mortos.
Estratégia e Desenvolvimento da Operação
A operação foi cuidadosamente planejada com base em dados da Inteligência da PM, que vinha rastreando TH desde a morte de dois policiais do Bope em junho de 2024. Localizado em tempo real, o traficante foi encontrado em uma casa de dois andares no Morro do Timbau, confiscada de moradores e utilizada para armazenamento de armas e processamento de drogas. Iniciada às 3h, a ação enfrentou resistência de dezenas de criminosos armados, resultando em um tiroteio intenso.
Trajetória de TH no Crime
TH era procurado desde 2014, quando o Exército ocupou a Maré, período em que já comandava o tráfico na comunidade. Com 17 mandados de prisão e 227 registros criminais, ele nunca havia sido capturado. O coronel Uirá Ferreira, subsecretário de Inteligência da PM, revelou que TH começou como segurança de um antigo líder do grupo criminoso e assumiu o controle do tráfico local entre 2010 e 2013. Ele organizava atividades como roubos de carga e extorsões na região da Linha Amarela, um corredor estratégico.
Relevância da Maré para o Crime Organizado
A Maré é um ponto-chave para a organização criminosa, funcionando como um refúgio para líderes foragidos de estados como Ceará, Bahia e Minas Gerais. Segundo Ferreira, “a liderança da Maré tem um papel central, atraindo chefes de outras regiões, o que eleva sua importância em nível nacional”. Diferentemente de outros grupos com hierarquia rígida, a organização da Maré opera de forma descentralizada, com líderes regionais que colaboram entre si, mantendo relações comerciais e apoio mútuo.
Segurança Reforçada na Linha Amarela
A operação faz parte de uma estratégia mais ampla da PM para recuperar o controle de áreas dominadas pelo crime. Após a neutralização de TH, a corporação anunciou patrulhamento intensificado na Linha Amarela, com reforço permanente nos os 6, 7 e 8. A ação conta com a parceria da Lamsa e do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), incluindo operações noturnas para garantir a segurança.
Impactos Sociais e Resposta Oficial
O secretário de Segurança Pública refutou acusações de que a operação causou transtornos à comunidade, como o fechamento de escolas e unidades de saúde. “Quem prejudica a população são os criminosos, não a polícia”, afirmou. Devido às condições no local, a perícia imediata não foi realizada, e o corpo de TH foi removido pelas patrulhas, que documentaram a cena com fotos e registraram a ocorrência na delegacia competente.
Disputa por Poder no Crime
A morte de TH deve desencadear uma reorganização interna no comando do tráfico na Maré, segundo o coronel Ferreira. “No crime, não há espaço vazio. Nossa inteligência já acompanha possíveis movimentações, em conjunto com outras forças”, declarou. A PM acredita que a perda de TH não impacta diretamente outras áreas dominadas pelo grupo, devido à sua estrutura fragmentada, onde cada região opera com autonomia, embora com cooperação entre lideranças.
TH e o Domínio da Maré
TH era comparado a outro líder influente do grupo, com um papel crucial na Maré devido ao seu arsenal bélico e à complexidade do território. Ele coordenava crimes como extorsões e roubos de carga na Linha Amarela, reforçando a posição estratégica da comunidade para a organização criminosa em escala nacional.
Fonte: Extra Online
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